"Como me tornar uma modelo profissional revolucionou minha autopercepção!" Cecilia Camargo

"Quem nunca ouviu da mãe ou das titias que era uma criança linda e que levava jeito para ser modelo?! Acredito que muitos e muitas de nós.

Assim eu cresci, rodeada de afeto na família.

Me tornando adolescente percebi que o mundo lá fora não tinha todo esse cuidado comigo. Um corpo preto, feminino, e ainda franzino recebia olhares de estranhamento e ridicularização, potencializando o sentimento de inferioridade que assola muitos pertencentes da população negra no Brasil.

A reviravolta na minha autoestima começou quando fui a um salão de beleza aqui em BH, o salão da Dora Alves, que ficava ali na Avenida Amazonas, na antiga Galeria São Vicente. Cheguei lá querendo mais uma vez alisar meu cabelo como uma tentativa falha de diminuir os impactos do racismo sobre mim.

Para a minha surpresa, Dora não aceitou alisar meu cabelo. Me explicou com lágrimas nos olhos o quanto a minha identidade era linda, como meu cabelo poderia me deixar ainda mais bonita. A partir daí, comecei a usar meu cabelo natural, e descobrir sua textura que eu não conhecia, pois alisava desde pequena.

Algo simples, mas que levantou minha autoestima a ponto que eu querer explorar a minha beleza, que havia acabado de descobrir.

Comecei a tirar fotos, postar nas redes sociais e voltei a receber comentários dizendo que eu deveria ser modelo. A

grande diferença é que eu escutei esses comentários como algo a ser levado em consideração, não mais como se as pessoas estivessem falando da boca pra fora.

Assim, o processo de transição capilar, junto com os aprendizados que tenho tido na Bloom, foram grandes potencializadores da minha autoestima.

Hoje , além de me perceber como uma mulher bonita, tenho a percepção de que sou capaz de muitas coisas que já vem sendo realizadas, muitas delas, graças ao acolhimento e profissionalismo da Bloom!"

Por Cecilia Camargo