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DA DANÇA À MODA - Por Mayra Yacamim

Olá, leitorxs do blog da Bloom TMA!

Eu sou a Mayra Yacamim, tenho vinte e dois anos, sou estudante de Museologia, faço o curso técnico de Dança no CICALT - núcleo Valores de Minas - e sou recém-agenciada da Bloom TMA, e esta matéria é a minha maneira de me apresentar.

Foto: Dom Aguiar

Dentre meus inúmeros hobbies, dançar e performar, tanto no palco quanto no espelho, e expandir os limites do meu corpo, sempre foram coisas que estiveram presentes na minha curta-longa vida.

Dos filmes da Barbie e da Disney, cujas cenas musicais eu imitava, até os videoclipes da TV que estavam sempre na minha mente e nos meus ouvidos. Muita dessa influência vem de família, que sempre foi muito festeira, e em toda festinha havia o momento de irmos todos para a pista de dança e se remexer. Desde que consigo me reconhecer como ser vivente do mundo, a Dança me reconhece de volta. Seres humanos sempre ritualizaram o ato aparentemente inofensivo de mover o corpo ritmicamente.

Como estudante de Museologia, apaixonada por Antropologia e História, e descendente dos povos originários desta terra Pindorama (que existem e seguem resistindo, nunca se esqueçam disso), sei o quanto o ato de dançar sempre esteve enraizado nos povos mais antigos e nos lugares mais longínquos. Onde existia vida humana, existia um grupo de Homo Sapiens dançando em roda. E é assim até hoje. Talvez não sempre com a intenção ritualística em mente, mas, inconscientemente, é exatamente isto que acontece.

Foto: Dom Aguiar

Eu poderia descrever minha relação com a Dança, se ela fosse uma pessoa e não um conceito, de tal modo: ela é, às vezes, minha melhor amiga, e, em outras vezes, minha maior nêmesis. Através dela eu desvendo todas as minhas camadas, desde as mais internas à minha epiderme, e quando estou dançando me sinto num estado peculiar de sonambulismo: semi-alerta, concentrada, porém numa nuvem de consciência muito tênue.

Por outro lado, a Dança também desperta inseguranças que eu nem sabia que tinha. E se acontecer deu eu esquecer minha fortaleza emocional em casa, perco meu centro, e tais inseguranças vêm à superfície.

Quando cheguei a esta conclusão, percebi o quanto a dança era importante pra mim, e o impacto que ela tem na minha vida. O ato de dançar me faz sentir confiante e insegura, alegre e errática, solitária e o mais acompanhada que já me senti. Estando em aula com meus colegas ou no meu quarto com meus fones de ouvido, um mundo se revela para mim quando danço. Não um mundo desconhecido, mas um mundo que apenas esqueço que existe no momento em que vou dormir.

Atualmente, estou passando por inúmeras autorreflexões e sessões de terapia interna. Estamos em meio a uma pandemia, algo no mínimo confuso e melancólico, e no máximo extremamente doloroso; e isto impulsiona a gente a repensar inúmeras coisas. Dentre elas, repensar nossos momentos e vivências, repensar as estruturas e amarras da nossa frágil sociedade, repensar o mundo como um todo, repensar esta pessoa que nós reconhecemos por "eu", e também sobre o que nós proporcionamos às nossas relações interpessoais e o que elas nos fazem sentir. Não é um processo sempre agradável, e há momentos em que eu desejo apenas que meu cérebro desligue e eu não pense em absolutamente nada.

Foto: Dom Aguiar

E nestes momentos de autoterrorismo emocional, eu danço.

Danço pra sair de mim, e pra entrar em mim. Me olho no espelho, ritualizo aquele momento, e me lembro que estou viva, e que preciso me manter saudável e sã para poder fazer todas as milhares de coisas que quero fazer enquanto meus pés estiverem nesta terra. Sejam parados ou em movimento. Naturalmente, este amor e temor por performar me levou à carreira de modelo em treinamento. E sabendo que o momento em que entrei para a Bloom foi um momento primordial para mim, espero ter sempre a confiança e o discernimento necessários para ser o meu eu mais autêntico, mas também para reconhecer que ainda estou me conhecendo. E que os outros me conheçam, também!

E como diz Brandon Boyd em "Drive", da banda Incubus, "O que quer que o amanhã traga, eu estarei lá; de braços e olhos abertos".

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